CONJUNTURA POLÍTICA DO PARÁ

 

Falar da conjuntura política e eleitoral no Pará, necessariamente passa pelo evento de grande visibilidade que é a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, no período de 10 a 21 de novembro de 2025. Esse evento é o principal vetor, que além de investimentos federais e estaduais, movimenta a agenda política estadual.

 

Belém será a vitrine para exposição de políticos que almejam disputar as eleições, sem perder de vista os outros municípios que compõem a Região Metropolitana, que carrega 30,8% do eleitorado paraense.

 

As pautas de grande relevância e que devem fazer parte da agenda dos candidatos envolvem questões ambientais, - desenvolver e preservar -, investimentos em infraestrutura, que vai além da COP30, e a segurança pública com a violência urbana, são temas que devem estar presentes na agenda política dos candidatos.

 

O MDB e a ampla base de Helder Barbalho têm se articulado em torno do nome da atual vice-governadora, Hana que tem o desafio de construir uma imagem própria, e será o alvo natural das críticas da oposição sobre a gestão estadual. Quanto a oposição, temos o atual prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, que se apresenta como uma alternativa, podendo atrair votos dos descontentes com a hegemonia do MDB. Outros nomes ainda deverão surgir nos próximos meses. Por enquanto, há certa polarização entre Hana e Daniel.

 

Em suma, as eleições de 2026 no Pará prometem ser bem disputadas, onde o legado da COP 30 e a força da máquina do MDB, serão testadas por uma oposição polarizada, mas com nomes competitivos.

 

ELEIÇÕES E REDES SOCIAIS: INFLUÊNCIA OU MANIPULAÇÃO

 

Os números confirmam, que se tem uma coisa que o brasileiro gosta, é ter o celular sempre à mão, seja para bater papo no WhatsApp, acompanhar influenciadores no Instagram, assistir vídeos no TikTok ou até para se informar sobre as últimas notícias.

 

De acordo com levantamentos recentes, o brasileiro passa em média 3 horas e 46 minutos por dia navegando nessas plataformas. Isso é bem acima da média mundial, que fica em torno de 2 horas e 31 minutos.

 

Essa mania de celular e redes sociais, veem transformando radicalmente a forma como a política é comunicada e consumida no Brasil. Se antes a televisão era o espaço central do debate eleitoral, hoje aplicativos como WhatsApp, Instagram, Facebook, TikTok e X (antigo Twitter), são protagonistas na disputa pela atenção do eleitor. É um fenômeno que democratizou o acesso à comunicação política, permitindo que novos atores se projetem sem depender de estruturas partidárias ou de espaço na TV. Aqui, não estamos desmerecendo o horário eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral.

Por outro lado, essa mesma lógica favorece a personalização da política. Candidatos que dominam a linguagem digital conseguem criar narrativas emocionais e virais, muitas vezes mais baseadas em carisma ou polêmicas do que em propostas concretas e isso pode ser perigoso.

 

Outra questão que todos conhecem, é que as redes sociais se mostraram terreno fértil para a circulação de inverdades, as famosas fake news, que podem confundir eleitores, distorcer fatos e até manipular percepções em larga escala.

 

Diante desse contexto, como equilibrar liberdade de expressão, inovação tecnológica e integridade eleitoral? O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem adotado medidas para coibir a desinformação, mas a velocidade com que os conteúdos circulam e a dificuldade de fiscalizar grupos privados de mensagens ainda são obstáculos significativos.

 

O desafio é claro, precisamos de um ambiente digital mais transparente e responsável, onde a tecnologia seja usada para ampliar a participação democrática e não para fragilizá-la.

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ELEITORADO, COMPARECIMENTO E ABSTENÇÕES NAS ELEIÇÕES NO ESTADO DO PARÁ

 

Como 2026 será ano eleitoral, o Instituto Acertar aproveita para apresentar dados sobre comparecimentos, abstenções, votos brancos e nulos em eleições anteriores.

Atualmente o eleitorado paraense é composto por 6.098.524 eleitores, distribuídos nas seis mesorregiões, que compõem o Estado do Pará.

 

Observando eleições anteriores (2014, 2018 e 2022), a média de abstenções atingiu, entorno de 20,8%, isso significa que mais ou menos 1.160,151 eleitores deixaram de participar do processo eleitoral em eleições majoritárias. Percebe-se que a cada eleição tem aumentado o índice de abstenções.

 

O que pode estar contribuindo para esse fenômeno, segundo alguns estudiosos do assunto.

- As pessoas podem estar perdendo a confiança nos candidatos e no poder do voto;

- Há elevado descontentamento com a política;

- As condições socioeconômicas das famílias. Dificuldade financeira para se deslocar até os pontos de votação e a facilidade em justificar o voto;

 

Entre especulações várias, requer que o TSE cumpra o prometido e realize um amplo estudo que possa identificar os reais fatores que envolvem a temática. Nas eleições de 2022, dados do TSE apontaram que no segundo turno das eleições as abstenções atingiram 20,6% no Brasil.

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Só faz bem quem tem conceito. Essa é nossa marca – Instituto Acertar.png

ELEITORES PARAENSES FILIADOS A PARTIDOS POLÍTICOS

 

De acordo com dados do TSE (julho/2025), o Estado do Pará possui 6.093.791 eleitores. Desse total, 637.737 (10,5%) são filiados a algum partido político. Isso significa que, a cada grupo de 1.000 eleitores, 105 fazem parte de alguma agremiação partidária.

 

Os indicadores apontam que o quadro de filiação partidária é composto por 52,6% de homens, 47,1% de mulheres e 0,3% não informaram o gênero. A maioria dos filiados (34,9%) está na faixa etária de 45 a 59 anos; 23,2% têm entre 35 e 44 anos; e 28,3% têm 60 anos ou mais. Já os jovens de 16 a 24 anos representam apenas 2,1% dos filiados.

 

Quanto ao nível de instrução, 43,4% têm até o ensino fundamental completo; 38,7% têm o ensino médio completo ou incompleto, enquanto os que possuem ensino superior ou mais somam 17,6%.

 

Os partidos com maior número de filiados são: o PT, em primeiro lugar, com 77.663 filiados (12,2%), seguido do MDB, com 72.016 filiados (11,3%).

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Pesquisa do Instituo Acertar, realizada entre os dias 28 e 31 de julho, confirma o resultado da apuração oficial da Lista Sêxtupla do Quinto Constitucional, divulgada pela presidência da OAB-PA.

Foram eleito/as as candidatas Dra. Anete Penna, Dra. Patrícia Bahia e Dra. Roberta Veiga, e os candidatos Dr. Jarbas Vasconcelos, Dr. João Paulo Lédo e Dr. Hugo Mercês.

Ressalta-se que Dra. Roberta Veiga e Dr. Hugo Mercês entraram na lista, após aplicação da cota racial.

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O ano de 2025 pode ser considerado um período pré-eleitoral. Em breve, terão início as disputas entre candidatos às vagas de Presidente da República, Governadores e Deputados(as) Federais e Estaduais. As eleições para Presidente e Governador são majoritárias, sendo escolhido aquele que obtiver o maior número de votos. Já as eleições para Deputados(as) Federais e Estaduais são baseadas no quociente eleitoral, determinado pelo número de votos que uma legenda ou federação deve receber do conjunto de eleitores.

 

Deixando de lado, por ora, as questões relacionadas ao quociente eleitoral, vamos nos ater às pesquisas eleitorais realizadas e divulgadas no período das eleições. Surge, então, uma pergunta: Por que as empresas que atuam no segmento político-eleitoral, em sua maioria, não divulgam pesquisas para os cargos proporcionais?

 

Para responder a esse questionamento, devemos considerar como principal razão o número elevado de candidatos que concorrem a esses cargos. Somente no Estado do Pará, por exemplo, nas eleições de 2022, concorreram 293 candidatos ao cargo de Deputado(a) Federal e 589 ao cargo de Deputado(a) Estadual, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  Dessa forma, para viabilizar uma pesquisa quantitativa sobre cargos proporcionais, seria necessário percorrer um número elevado de municípios. No caso do Estado do Pará, que possui 144 municípios, a amostra precisaria incluir, se não todos, ao menos uma parcela significativa deles, o que tornaria a tarefa onerosa e dificultaria a execução de tal estudo do ponto de vista logístico.

 

Outro fator que deve ser levado em consideração é que, para esse tipo de estudo, os resultados seriam apenas para o cenário de intenção de voto espontâneo, ou seja, quando os nomes dos candidatos(as) não são citados. Diante do grande número de concorrentes, percebe-se que, na maioria das vezes, os candidatos não atingem citações acima de 2%, o que dificulta a leitura dos dados e a estimativa precisa da porcentagem de cada candidato. Desse modo, nota-se que quanto maior é o número de candidatos, maior também é a probabilidade de erros nos resultados.

 

Apesar dessas dificuldades, as pesquisas para os cargos proporcionais existem e são, geralmente, feitas para consumo interno, apontando tendências eleitorais em áreas específicas, como regiões de atuação dos candidatos e locais onde se encontram os maiores colégios eleitorais de um estado ou região.

  

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